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sexta-feira, 2 de julho de 2010

Que música escutas tão atentamente?

Que música escutas tão atentamente
que não dás por mim?
Que bosque, ou rio, ou mar?
Ou é dentro de ti
que tudo canta ainda?
Queria falar contigo,
dizer-te apenas que estou aqui,
mas tenho medo,
medo que toda a música cesse
e tu não possas mais olhar as rosas.
Medo de quebrar o fio
com que teces os dias sem memória.
Com que palavras
ou beijos ou lágrimas
se acordam os mortos sem os ferir,
sem os trazer a esta espuma negra
onde corpos e corpos se repetem,
parcimoniosamente, no meio de sombras?
Deixa-te estar assim,
ó cheia de doçura,
sentada, olhando as rosas,
e tão alheia
que nem dás por mim.


Eugénio de Andrade
(Coração do dia)

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Reflexões sobre o tempo...

"Sê paciente; espera
que a palavra amadureça
e se desprenda como um fruto
ao passar o vento que a mereça."

Conselho. Eugênio de Andrade.

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"[...]E até lá, vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trás
Apenas começamos.
O mundo começa agora
Apenas começamos."

Metal Contra as Nuvens. Legião Urbana.

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"devagar
setembro
entorna luz na planície

devagar
o vento
inventa choupos


e choupos
devagar
tornam-se rio

devagar cavalos surgem galopando
erguem brancas as cabeças
respiram verdes a claridade
E depois seguem
devagar
pelos túneis de luz"

Devagar. Daniel Maia-Pinto Rodrigues

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E por aí vai... poderia ficar pra sempre aqui discorrendo sobre o tempo... mas acho que já disse quase tudo que precisamos saber sobre ele... o tempo... sempre vagaroso.

sábado, 8 de maio de 2010

Ah...o sentimento...

Estou chorando...e não sei exatamente o porquê.


"A boca,

onde o fogo
de um verão
muito antigo

cintila,

a boca espera

(que pode uma boca
esperar
senão outra boca?)

espera o ardor
do vento
para ser ave,

e cantar."


Eugênio Andrade