sexta-feira, 23 de março de 2012

As aparências enganam?

Quando saber se o que você vê, é realmente o que está vendo?

As aparências enganam, o psicológico também. Quando existe uma ideia pré-concebida, tudo fica mais difícil de enxergar, as águas ficam muito turvas.

Toda vez que me deparo com isso, lembro de Parmênides:

"Vamos, vou dizer-te – e tu escuta e fixa o relato que ouviste – quais os únicos caminhos de investigação que há para pensar: um que é, que não é para não ser, é caminho de confiança (pois acompanha a realidade); o outro que não é, que tem de não ser, esse te indico ser caminho em tudo ignoto, pois não poderás conhecer o não-ser, não é possível, nem indicá-lo [...]


Desta primeira via de investigação te [afasto], e logo também daquela em que os mortais, que nada sabem, vagueiam, com duas cabeças: pois a incapacidade lhes guia no peito a mente errante; e são levados, surdos ao mesmo tempo que cegos, aturdidos, multidão indecisa, que acredita que o ser e o não-ser são o mesmo e o não-mesmo, para quem é regressivo o caminho de todas as coisas.


Pois nunca isto será demonstrado: que são as coisas que não são; mas afasta desta via de investigação o pensamento, não te force por esse caminho o costume muito experimentado, deixando vaguear olhos que não veem, ouvidos soantes e língua, mas decide pela razão a prova muito disputada de que falei."

Traduzindo: não se deixe guiar pelos sentidos, eles são traiçoeiros. Eles fazem você acreditar que aquilo que não-é, é. E não existe verdade naquilo que não-é. Existe verdade somente na razão.

Disse uma vez, aqui mesmo no blog, um tempo atrás, que gostaria de ser um robô. Meu desejo permanece.

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